A compuls\u00e3o sexual \u00e9 caracterizada por um grande n\u00famero de fantasias sexuais que ocupam a mente da pessoa, deixando-a inquieta, e que a impede de fazer outras coisas de maneira dedicada, concentrada e coerente. A pessoa espontaneamente apresenta um n\u00edvel elevado de desejo e de fantasias sexuais, aumento de frequ\u00eancia sexual com compulsividade ao ato, controle inadequado dos impulsos e grande sofrimento. Preocupa-se a tal ponto com seus pensamentos e sentimentos sexuais que acaba por prejudicar suas atividades di\u00e1rias e relacionamentos afetivos.Da\u00ed, a pessoa somente \u201cpensa naquilo\u201d e tem fantasias sexuais durante todo o tempo e n\u00e3o consegue concentrar-se em outra coisa que n\u00e3o sejam estas fantasias. Normalmente, essas pessoas n\u00e3o ficam somente na fantasia, e a doen\u00e7a os leva aos comportamentos sexuais exagerados e, \u00e0s vezes, perigosos. Considera-se que para determinar um diagn\u00f3stico de compuls\u00e3o sexual, esse comportamento acima descrito deve durar pelo menos seis meses.<\/p>\n
A diferen\u00e7a entre compuls\u00e3o e obsess\u00e3o est\u00e1 na necessidade repetitiva de realizar atos sexuais. A atividade sexual passa a dominar as atividades da vida di\u00e1ria da pessoa e acarreta preju\u00edzos, ou seja, a pessoa perde o controle do impulso sexual, sente uma constante necessidade de buscar sexo (em muitos casos, n\u00e3o necessariamente com o coito) e, portanto, torna-se dependente dos seus comportamentos relacionados ao intercurso sexual. A obsess\u00e3o tem menor intensidade de ansiedade e traz menos consequ\u00eancias sociais. Em sexo, n\u00e3o h\u00e1 regras definidas para o que seja certo ou errado, muito menos de muito ou pouco. H\u00e1 pessoas que necessitam de sexo mais do que outras e n\u00e3o podem ser rotuladas de viciadas.<\/p>\n
N\u00e3o \u00e9 pensar em sexo, mas sim, pensar de uma forma compulsiva, repetitiva, e que n\u00e3o consegue evitar. As mulheres s\u00e3o em menor n\u00famero na compuls\u00e3o sexual, mas n\u00e3o na compuls\u00e3o por comida, \u00e1lcool, drogas onde a porcentagem \u00e9 maior.<\/p>\n
O processo at\u00e9 a compuls\u00e3o sexual geralmente n\u00e3o ocorre r\u00e1pido. Podem-se observar n\u00edveis diferentes de adi\u00e7\u00e3o ao sexo, desde masturba\u00e7\u00e3o compulsiva e prostitui\u00e7\u00e3o, a alguns comportamentos paraf\u00edlicos (perversos) como exibicionismo, voyeurismo<\/i> ou mesmo pedofilia (abuso sexual de crian\u00e7as) e estupro.<\/p>\n
Hoje em dia, com o maior acesso aos meios de comunica\u00e7\u00e3o como internet, encontramos uma nova modalidade de hiperssexualidade: compuls\u00e3o sexual virtual (sexo virtual), atingindo mais de 2.000.000 de pessoas que gastam de 15 a 25 horas, por semana, em frente ao computador navegando em sites de sexo.<\/p>\n
A compuls\u00e3o sexual ou Desejo Sexual Hiperativo \u00e9 uma s\u00edndrome que pode se originar de diferentes causas. Por vezes, \u00e9 visto como um problema de adi\u00e7\u00e3o e depend\u00eancia ao sexo, similar \u00e0s drogadi\u00e7\u00f5es de coca\u00edna, \u00e1lcool ou hero\u00edna. Pode ser encarado como um problema de comportamento mal adaptado, onde o ato repetitivo de busca de prazer sexual foi aprendido ao longo da vida como tranq\u00fcilizante, diminuindo sentimentos de ansiedade, medo e solid\u00e3o. Tamb\u00e9m podemos compreender esse dist\u00farbio como uma doen\u00e7a, com altera\u00e7\u00f5es anormais no balan\u00e7o de subst\u00e2ncias neurais (neurotransmissores).<\/p>\n
Os preju\u00edzos para o compulsivo sexual s\u00e3o muitos, tanto na esfera pessoal e social. Quando \u00e9 descoberto o preconceito \u00e9 grande, pois gera medo e ansiedade nas pessoas que convivem com o compulsivo. Desta forma ele \u00e9 colocado de lado e repudiado pela sociedade. Na esfera pessoal o seu sofrimento por fazer o que n\u00e3o aceita leva desde a dificuldade de relacionamento at\u00e9 o suic\u00eddio.<\/p>\n
O conjunto de sintomas apresentados pelo Desejo Sexual Hiperativo pode, na verdade, representar transtornos diferentes, cada qual devendo ser tratado de forma distinta, conforme sua poss\u00edvel causa.Existem alguns tratamentos que dependem inicialmente da pr\u00f3pria pessoa perceber a necessidade de ajuda e procurar o acompanhamento de um terapeuta que vai tratar a sua grande ansiedade. A psicoterapia \u00e9 fundamental e busca as ra\u00edzes do problema. Medicamentos tamb\u00e9m podem ser usados de uma forma sintom\u00e1tica, diminuindo a ansiedade, dando tempo para se ter os resultados da psicoterapia. Sempre a participa\u00e7\u00e3o do(a) companheiro(a) \u00e9 essencial para qualquer terapia, pois \u00e9 com ela que ele mais convive, mais confia e que nos momentos de maior ansiedade pode, por meios aprendidos pelo tempo de conv\u00edvio, aliviar e relaxar o parceiro. Ela deve estimular o tratamento pela psicoterapia e deixar claro que pode contar com a sua ajuda e que espera com os bons resultados do tratamento poder curtir muitos bons e intensos momentos sexuais com muito carinho e afetividade.<\/p>\n